sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A vida com esclerose múltipla: sintomas, tratamentos e adaptações

   A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica do sistema nervoso central e que, por afetar o cérebro e a medula espinhal, interfere na capacidade de controlar funções como caminhar, enxergar, falar, urinar, entre tantas outras.
   Em geral, pacientes com esclerose múltipla apresentam perda de volume cerebral até cinco vezes mais rápida do que o normal. A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) estima que, atualmente, 35 mil brasileiros sejam portadores da doença, que incide geralmente entre 20 e 50 anos de idade, faixa etária que concentra 70% dos diagnósticos. A patologia é predominante feminina: a cada homem, três mulheres desenvolvem a doença.
   O diagnóstico precoce pode ser difícil em muitos casos, uma vez que alguns sintomas aparecem com intervalos e, quando isso ocorre, o paciente não apresenta qualquer sinal da doença por meses. Enquanto alguns pacientes têm sintomas tão leves que não necessitam de tratamento, outros se sentem cansados mesmo depois de uma boa noite de sono. Os sintomas variam de acordo com a quantidade de danos e os nervos que são afetados. Por isso, não há duas pessoas que apresentem rigorosamente os mesmos sintomas de esclerose múltipla.  No entanto, os primeiros sintomas de esclerose múltipla geralmente são:
- Visão turva ou dupla;
- Fadiga;
- Formigamentos;
- Perda de força;
- Falta de equilíbrio;
- Espasmos musculares;
- Dores crônicas;
- Depressão;
- Problemas sexuais;
- Incontinência urinária.

   Para algumas pessoas, os sintomas tornam-se piores dentro de semanas ou meses. É possível ainda que um sintoma apareça uma única vez.
   Outros sintomas mais comuns da doença:

Musculares:

  • Sensação de "alfinetes e agulhas" na pele;
  • Dormência, coceira e queimação;
  • Dificuldade para andar;
  • Tremor e fraqueza em um ou mais membros;
  • Problemas para movimentar braços e pernas, coordenação e para fazer pequenos movimentos;

Digestivos:

  • Urgência para urinar, principalmente à noite;
  • Dificuldade em esvaziar a bexiga completamente;
  • Constipação intestinal (conhecida como ‘prisão de ventre’)

Nervosos:

  • Tonturas ou vertigens;
  • Atenção e capacidade de julgamento diminuídas;
  • Perda de memória;
  • Dificuldade para raciocinar e resolver problemas;
  • Depressão ou sentimentos de tristeza;
  • Perda de audição.

Sexuais:

  • Secura vaginal;
  • Problemas de ereção;
  • Menor sensibilidade ao toque;
  • Redução da libido,
  • Dificuldades em atingir ao orgasmo.

Oculares:

  • Visão dupla;
  • Incômodo nos olhos;
  • Movimentos rápidos e incontroláveis dos olhos;
  • Perda de visão (geralmente afeta um olho de cada vez).

Problemas na fala:

  • Longa pausa entre as palavras;
  • Fala anasalada, arrastada ou difícil de entender;
  • Problemas de deglutição em estágios mais avançados.
Em alguns casos, pessoas com esclerose múltipla também podem desenvolver epilepsias, além de problemas sexuais, de bexiga, de esquecimento e concentração permanentes.
Os sintomas da doença são divididos em três grupos:
  • Primários: alteração que pode levar a problemas de bexiga ou intestinais, perda de equilíbrio, dormência, paralisia, formigamento, tremores, problemas de visão ou fraqueza;
  • Secundários: são similares aos sintomas primários, só que mais graves. Por exemplo, a pessoa não é mais capaz de esvaziar a bexiga, podendo causar uma infecção no órgão;
  • Terciários: problemas sociais, psicológicos e relacionados ao trabalho. Por exemplo, a esclerose múltipla pode dificultar o caminhar ou dirigir.
   Como os sintomas variam muito, a experiência é muito individual.  A maioria dos pacientes aprende a controlar seus sintomas, levando uma vida plena e ativa.
Causas e tratamentos
   Embora a causa ainda seja desconhecida, a esclerose múltipla tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que tem possibilitado uma significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes.
   Análises apontam que os caucasianos, especialmente os descendentes de regiões do norte da Europa, têm maior risco de desenvolver esclerose múltipla. Além disso, a doença é muito comum no sul do Canadá, norte dos Estados Unidos, Nova Zelândia e sudeste da Austrália.
   Alguns cientistas teorizam que a esclerose múltipla se desenvolve em pessoas que nascem com uma predisposição genética e que, ao ser exposta a algum agente ambiental (como alguns tipos de vírus, por exemplo), desencadeia uma resposta autoimune exagerada, dando origem ao transtorno.
   Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da esclerose múltipla estão à falta de exposição ao sol nos primeiros meses ou anos de vida, considerado um fator ambiental, e a presença prévia de doenças autoimunes (como distúrbios da tireoide e diabetes do tipo 1).
   Não é contagiosa ou suscetível de prevenção. Apesar de não ter cura, os tratamentos podem atenuar os sintomas e reduzir o progresso da doença. Hoje, no Brasil, já existem diversas opções de tratamento, como medicamentos ou injeções diários, semanais e mensais.
   Outros recursos que podem auxiliar os pacientes são:
  • Fisioterapia: além de atuar no alongamento e fortalecimento muscular, um fisioterapeuta pode orientar no uso de dispositivos que facilitem a execução de tarefas;
  • Relaxantes musculares: em caso de rigidez muscular dolorosa ou espasmos incontroláveis, sobretudo nas pernas;
  • Outros medicamentos: podem ser prescritos tratamentos medicamentosos para depressão, dor e controle da bexiga ou intestino que podem estar associados com a esclerose múltipla.
Dicas para o dia-a-dia:

Descanse - Cerca de oito em cada 10 pessoas com esclerose múltipla se sentem sempre muito cansadas. Essa sensação acontece geralmente durante à tarde e faz com que os músculos fiquem mais fracos, o pensamento mais lento e deixa a pessoa sonolenta. Essa fadiga geralmente não está associada à quantidade de trabalho executado naquele dia. Apesar desse quadro, o descanso pode fazer você se sentir mais disposto.

Pratique exercícios - Caminhadas, natação, musculação e outras atividades físicas podem oferecer alguns benefícios a pacientes em estágio moderado, tais como: melhoras na força, equilíbrio e coordenação, controles da bexiga e do intestino, além de aliviar a fadiga e a depressão.

Manter uma dieta equilibrada – Um peso saudável fortalece o sistema imunológico e mantem a saúde dos ossos.

Relaxe - O estresse pode gerar ou agravar os sintomas da esclerose. Pratique atividades que promova o bem-estar, como yoga, meditação ou mesmo ouvir uma música, regularmente.

Evite ambientes quentes – Pacientes de esclerose múltipla são muito sensíveis ao calor, por isso devem evitar banhos quentes e exposição excessiva ao sol, quando possível. Usar roupas leves e manter o corpo refrescado também pode ajudar.

Adapte-se no ambiente de trabalho - A fadiga e as limitações motoras exigem algumas mudanças, como:

  • Maior flexibilidade de horário e possibilidade de pausas regulares;
  • Tarefas variadas;
  • Adequação entre habilidades, limitações e a função desempenhada;
  • Garantia de confidencialidade de informações sensíveis e particulares.

Busque apoio – Grupos de apoio presenciais e na Internet podem ser de grande utilidade para troca de experiências e informações. É sempre bom fazer novos amigos.

FONTE: ABEM e MINHA VIDA

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Ginástica Laboral: O que empresa e funcionários ganham com essa atividade

Ginástica laboral é a prática voluntária e coletiva de atividades físicas, realizada por colaboradores, em ambiente de trabalho. Quando inserida na rotina de uma empresa, a ginástica laboral promove melhorias na condição física do trabalhador e, consequentemente, em seu desempenho profissional.
A atividade tem como objetivo fortalecer as musculaturas mais sobrecarregadas pela jornada de trabalho, prevenindo problemas posturais e lesões para funcionários (as chamadas ‘doenças de trabalho’, como Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT)), além de custos operacionais para a empresa. A programação toma em média entre 10 e 15 minutos.
A primeira notícia que se encontra sobre esta prática é uma pequena brochura editada na Polônia em 1925, onde foi chamada também de Ginástica de Pausa. No início dos anos 60, a atividade foi adotada também na Bulgária, Alemanha, Suécia e Bélgica e no Japão, onde ocorre consolidação e a obrigatoriedade da Ginástica Laboral Compensatória (G.L.C).
A ginástica laboral pode ser realizada no início (preparatória), durante (compensatória) e após o expediente de trabalho (relaxamento). Conheça a seguir suas principais características:
Preparatória - Visa a preparar o trabalhador, aquecendo os grupos musculares que serão solicitados nas suas tarefas e despertando-os para que se sintam mais dispostos; 
Compensatória - Interrompe a monotonia operacional, aproveita as pausas para executar exercícios específicos de compensação aos esforços repetitivos e às posturas inadequadas para a execução dos trabalhos;
Relaxamento - Busca reduzir a tensão muscular criada pelas atividades realizadas no trabalho. Esta modalidade previne que os músculos desenvolvam microlesões que, gradativamente, podem se agravar.

Os benefícios

Propicia benefícios fisiológicos, psicológicos, sociais e empresariais, tais como:
- Promove o bem estar no ambiente profissional, influenciando o desempenho individual e coletivo;
- Melhora a capacidade de atenção e concentração no trabalho;
- Combate tensões emocionais, reforça a autoestima e melhora a autoimagem;
- Previne e combate doenças ligadas associadas ao trabalho, além do sedentarismo, estresse, depressão e ansiedade;
- Melhora a flexibilidade, a coordenação e a resistência, promovendo uma maior mobilidade e melhor postura; 
- Diminui as inflamações e traumas, as tensões musculares desnecessárias, além do esforço na execução das tarefas diárias.
- Diminui o número de queixas, afastamentos médicos, acidentes e lesões.
- Reduz os gastos com afastamentos e substituições de pessoal.
- Favorece a mudança da rotina;
- Desperta o surgimento de novas lideranças;
- Melhora as relações interpessoais e o trabalho em equipe; 
- Ao demonstrar interesse na qualidade de vida dos seus colaboradores, valoriza a imagem da organização.


Como montar um Programa de Ginástica Laboral na sua empresa
Para que se estabeleça um programa adequado, é preciso avaliar:
- Local onde será executada a atividade: salões, auditórios, refeitórios, posto de trabalho, entre outros;
- Tempo das sessões, que devem ter até 30 minutos no total, podendo ser divididas em duas ou três vezes por dia;
- Frequência semanal, a partir de três vezes por dia;
- Número total de funcionários e setores.
Todos esses dados devem ser avaliados por pessoas competentes, visando à elaboração de um relatório e análise técnica com a recomendação do programa. 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Mamas desenvolvidas em homens: por que isso acontece?

   Ginecomastia é o crescimento de mamas de tamanho fora do normal em homens. Ao contrário do que muitos podem pensar, este problema deve-se ao excesso de tecido mamário e não de gordura.
   A doença, de toda forma, é mais frequente nos homens mais gordos. Isso ocorre porque o tecido gorduroso produz enzimas, dotadas da propriedade de converter certos precursores da testosterona em estrógenos.
 Apesar de ser remetida à adolescência, a ginecomastia pode se desenvolver em pessoas de todas as idades. Em recém-nascidos, a causa mais comum costuma ser uma reação ao contato com o estrogênio da mãe durante a gestação. O quadro costuma se resolver rapidamente.
   Em adolescentes, o problema costuma se manifestar por volta dos 14 anos de idade, em uma ou nas duas mamas. Nesses casos, a ginecomastia ocorre em decorrência de um aumento tardio na quantidade de testosterona nos meninos em relação à quantidade de estrogênio, o que é bastante comum durante a puberdade. Quando isso ocorre, as mamas crescem por períodos que podem chegar a seis meses e depois retornam ao tamanho normal. Em cerca de 5% das vezes, entretanto, a hipertrofia persiste até a vida adulta.
   O crescimento exagerado das mamas é mais frequente em homens mais velhos. Nos idosos, a ginecomastia pode estar diretamente relacionada à queda nos níveis de testosterona no organismo. Metade dos homens com mais de 70 anos apresentam concentrações baixas de testosterona livre no sangue.
   A diminuição da testosterona no organismo pode ocorrer em razão de diversos fatores, como:

Quimioterapia;
Alguns tipos de câncer de pulmão, de estômago e de suprarrenal;
Doença hepática crônica;
Exposição a hormônios esteroides anabolizantes;
Exposição ao estrogênio;
Insuficiência renal;
Testículos que produzem níveis muito baixos de testosterona;
Tratamento hormonal para câncer de próstata;
Tratamento com radiação nos testículos;
Efeitos colaterais de algumas medicações, como diuréticos, anti-hipertensivos e cimetidina (usada para reduzir a acidez gástrica);
Defeitos congênitos;
Hipertireoidismo;
Tumores;
Câncer de mama, apesar de a doença ser extremamente rara em homens.
(O câncer de mama quase sempre se instala numa única mama, ao contrário da ginecomastia, que é bilateral em pelo menos metade dos casos).

O Diagnóstico

   É preciso diferenciá-la da pseudoginecomastia, caracterizada pelo depósito excessivo de gordura sob o mamilo sem haver aumento do tecido glandular.
   Para tanto, o paciente deve deitar-se de costas, com as mãos entrelaçadas sob a nuca. O médico palpa a mama, comprimindo-a entre o polegar e o indicador. Na ginecomastia, a palpação revelará um tecido firme, mas de consistência elástica, distribuído de forma concêntrica ao redor do mamilo. Na pseudoginecomastia a consistência será a da gordura.

O tratamento

  O aumento das mamas em homens pode ser extremamente constrangedor, especialmente para adolescentes. A boa notícia é que existe tratamento para o problema. Ele pode ser feito tanto por terapia hormonal, que bloqueia o efeito do estrogênio, como por meio de uma intervenção cirúrgica, que reduz o tamanho da mama.
   O tratamento é mais eficaz quando a causa for identificada. Por exemplo, se a pessoa sofre de hipogonadismo, a reposição de testosterona é indicada.
Quando a hipertrofia for provocada por droga, sua suspensão tornará as mamas amolecidas e menores em apenas um mês. Se o quadro estiver instalado há mais de um ano, no entanto, a regressão será bem menor por causa da fibrose.
   Nessa circunstância, a correção cirúrgica é recomendada, principalmente no caso de adolescente, de modo a prevenir problemas emocionais.
A cirurgia consiste em remover parte do tecido glandular e da gordura ao redor do mamilo.